Jejum é uma palavra usada de formas variadas quando alguém opta por diminuir sua dieta alimentícia o mais próximo do zero, idealmente atingindo o zero, por um período de tempo, geralmente pré-determinado. Existem diversos motivos que levam uma pessoa a fazer jejum. Os principais motivos, contudo, são religiosos ou medicinais.
Os Evangélicos não tem datas específicas para jejuar. O jejum é baseado no sentido bíblico literal, que é uma forma de 'matar a carne'. O que significa que a pessoa se dispõe a ferir suas vontades carnais como: vícios, mágoas, malicias e etc. Através do jejum quase que geralmente acompanhado de oração, quando você 'mata a carne', você está fortalecendo o seu espírito, vencendo motivações egoístas e assim, fica mais sensível a presença de Deus. O jejum pode ser a abstinência não só de alimentos e líquidos, mas de qualquer coisa ou hábito que tenha se tornado 'indispensável', como forma de entrega e dependência real de Deus.
O jejum eficaz é acompanhado de leitura bíblica e oração. Ele também varia de acordo com a idade, condição de saúde, necessidade de esforço entre outros. O modo de se jejuar no meio evangélico é acompanhado de oração e leitura/meditação na Bíblia. Jejuando, a pessoa fica mais forte espiritualmente e mais resistente ao diabo e às tentações carnais. É comum que não demonstre para outras pessoas seu jejum, pois isto se trata de um ato particular entre o homem e Deus. O jejum tem a finalidade de deixar o ser humano mais íntimo de Deus. Ler Isaías cap. 58, Mateus cap. 6:16-18.
A bíblia não ordena que os cristãos jejuem. Não é algo que Deus peça ou exija dos cristãos. Mas ao mesmo tempo, a bíblia apresenta o jejum como algo bom e esperado. O Livro de Atos por exemplo registra os crentes jejuando antes de tomarem importantes decisões (Atos 13:4; 14:23). Jejum e oração frequentemente andam juntos (Lucas 2:37; 5:33).
O jejum deve ser limitado a um determinado período de tempo, principalmente quando o jejum é de alimento. Longos períodos sem comer fazem mal ao corpo. O jejum não é para punir a carne, mas para que se concentre em Deus. O jejum também não deve ser considerado como um “método de dieta”. Não jejue para perder peso, mas para ter um relacionamento mais profundo com Deus. Sim, todos podem jejuar.
Desviando nossos olhos das coisas deste mundo, podemos melhor voltá-los para Cristo. Jejuar não é uma maneira de conseguir de Deus o que queremos. O jejum muda a nós, não a Deus. Jejuar não é uma maneira de parecermos mais espirituais do que os outros. Jejuar é algo a ser feito em espírito de humildade e atitude alegre. Mateus 6:16-18 declara: “E, quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram os seus rostos, para que aos homens pareça que jejuam. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Tu, porém, quando jejuares, unge a tua cabeça, e lava o teu rosto, Para não pareceres aos homens que jejuas, mas a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.”
REFERÊNCIAS AO JEJUM NA BÍBLIA E SEUS MOTIVOS:
a) No Velho Testamento encontramos diferentes propósitos para o jejum:
- Consagração – O voto do nazireado envolvia a abstinência/jejum de determinados tipos de alimentos (Nm 6.3,4);
- Arrependimento de pecados – Samuel e o povo jejuando em Mispa, como sinal de arrependimento de seus pecados (1 Sm 7.6, Ne 9.11);
- Luto – Davi jejua em expressão de dor pela morte de Saul e Jônatas, e depois pela morte de Abner. (2 Sm 1.12 e 3.35);
- Aflições – Davi jejua em favor da criança que nascera de Bate-Seba, que estava doente, à morte (2 Sm 12.16-23); Josafá apregoou um jejum em todo Judá quando estava sob o risco de ser vencido pelos moabitas e amonitas (2 Cr 20.3);
- Buscando Proteção – Esdras proclamou jejum junto ao rio Ava, pedindo a proteção e benção de Deus sobre sua viagem (Ed 8.21-23); Ester pede que seu povo jejue por ela, para proteção no seu encontro com o rei (Et 4.16);
- Em situações de enfermidade – Davi jejuava e orava por outros que estavam enfermos (Sl 35.13);
- Intercessão – Daniel orando por Jerusalém e seu povo (Dn 9.3, 10.2,3)
b) Nos Evangelhos
- Preparação para a Batalha Espiritual – Jesus mencionou que determinadas castas só sairão por meio de oração e jejum, que trazem um maior revestimento de autoridade (Mt 17.21);
- Estar com o Senhor – Ana não saía do templo, orando e jejuando freqüentemente (Lc 2.37);
- Preparar-se para o Ministério – Jesus só começou seu ministério depois de ter sido cheio do Espírito Santo e se preparado em jejum (prolongado) no deserto (Lc 4.1,2);
c) Em Atos dos Apóstolos vemos a Igreja praticando o jejum em diversas situações, tais como:
- Ministrar ao Senhor – Os líderes da igreja em Antioquia jejuando apenas para adorar ao Senhor (At 13.2);
- Enviar ministérios – Na hora de impor as mãos e enviar ministérios comissionados (At.13:3);
- Estabelecer presbíteros – Além de impor as mãos com jejum sobre os enviados, o faziam também sobre os que recebiam autoridade de governo na igreja local, o que revela que o jejum era um princípio praticado nas ordenações de ministros (At 14.23).
TIPOS DE JEJUM:
a) Jejum PARCIAL. Normalmente o jejum parcial é praticado em períodos maiores ou quando a pessoa não tem condições de se abster totalmente do alimento (por causa do trabalho, por exemplo). Lemos sobre esta forma de jejum no livro de Daniel:
“Naqueles dias, eu, Daniel, pranteei durante três semanas. Manjar desejável não comi, nem carne, nem vinho entraram em minha boca, nem me ungi com óleo algum, até que se passaram as três semanas.” (Dn 10.2,3).
O profeta Daniel diz exatamente o quê ficou sem ingerir: carne, vinho e manjar desejável. Provavelmente se restringiu à uma dieta de frutas e legumes, não sabemos ao certo. O fato é que se absteve de alimentos, porém não totalmente. E embora tenha escolhido o que aparentemente seja a forma menos rigorosa de jejuar, dedicou-se à ela por três semanas.
Em outras situações Daniel parece ter feito um jejum normal (Dn 9.3), o que mostra que praticava mais de uma forma de jejum. Ao fim deste período, um anjo do Senhor veio a ele e lhe trouxe uma revelação tremenda. Declarou-lhe que desde o primeiro dia de oração o profeta já fora ouvido (v.12), mas que uma batalha estava sendo travada no reino espiritual (v.13) o que ocorreria ainda no regresso daquele anjo (v.20). Aqui aprendemos também sobre o poder que o jejum tem nos momentos de guerra espiritual.
b) Jejum NORMAL. É a abstinência de alimentos mas com ingestão de água. Foi a forma que nosso Senhor adotou ao jejuar no deserto. No relato do evangelho não há menção de Cristo ter ficado sem beber ou ter tido sede (e ele estava num deserto!):
“Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi guiado pelo mesmo Espírito, no deserto, durante quarenta dias, sendo tentado pelo Diabo. Nada comeu naqueles dias, ao fim dos quais teve fome.” (Mt 4.2).
Denominamos esta forma de jejum como normal, pois entendemos ser esta a prática mais propícia nos jejuns regulares (como o de um dia).
c) Jejum TOTAL. É abstinência de tudo, inclusive de água. Na Bíblia encontramos poucas menções de ter alguém jejuado sem água, e isto dentro de um limite: no máximo três dias.
A água não é alimento, e nosso corpo depende dela a fim de que os rins funcionem normalmente e que as toxinas não se acumulem no organismo. Há dois exemplos bíblicos deste tipo de jejum, um no Velho outro no Novo Testamento:
1) Ester, num momento de crise em que os judeus (como povo) estavam condenados à morte por um decreto do rei, pede a seu tio Mardoqueu que jejuem por ela: “Vai, ajunta a todos os judeus que se acharem em Susã, e jejuai por mim, e não comais, nem bebais por três dias, nem de noite nem de dia; eu e as minhas servas também jejuaremos. Depois, irei ter com o rei, ainda que é contra a lei; se perecer, pereci.” (Et 4.16).
2) Paulo, na sua conversão também usou esta forma de jejum, devido ao impacto da revelação que recebera: “Esteve três dias sem ver, durante os quais nada comeu, nem bebeu.” (At 9.9).
Não há qualquer outra menção de um jejum total maior do que estes. A medicina adverte contra um período de mais de três dias sem água, como sendo nocivo. Devemos cuidar do corpo ao jejuar e não agredi-lo; lembre-se de que estará lutando contra sua carne (natureza e impulsos) e não contra o seu corpo.
DURAÇÃO DO JEJUM
A Bíblia não determina regras deste gênero, portanto cada um é livre para escolher quando, como e quanto jejua. Vemos vários exemplos de jejuns de duração diferente nas Escrituras:
1 dia – O jejum do Dia da Expiação
3 dias – O jejum de Ester (Et 4.16) e o de Paulo (At 9.9);
7 dias – Jejum por luto pela morte de Saul (I Sm.31.13);
14 dias – Jejum involuntário de Paulo e os que com ele estavam no navio (At 27.33);
21 dias – O jejum de Daniel em favor de Jerusalém (Dn 10.3);
40 dias – O jejum do Senhor Jesus no deserto (Lc 4.1,2);
É importante ressaltar que o jejum não é uma maneira de mudar seus hábitos alimentares. É uma forma de você se aproximar de Deus, se abstendo de algo para ser preenchido por Deus. Haverá períodos em que o Espírito Santo vai nos atrair mais para o jejum, e épocas em que quase não sentiremos a necessidade de faze-lo. Isso não uma regra, e nem uma receita mágica para conseguir alguma coisa. O maior propósito é atrair a presença de Deus.
Ore e aguarde confirmação de Deus. Analise suas condições físicas/ médicas. eu, por exemplo, a pedido médico, e por estar grávida, não é recomendado que se faça nenhum tipo de jejum nesse momento, a não ser algo em especial (como deixar de comer ou beber alguma coisa específica).
Que Deus lhe abençoe e lhe capacite cada vez mais.
Muito bom, comentário claro e de fácil entendimento
ResponderExcluirParabéns e muito obrigado
Parabéns pela forma de expressar foi de extrema importância esta leitura p mim, principalmente do jejum parcial
ResponderExcluirWuauuuuuuuuuuu !!!
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