Provérbios 23 - Vigiar quanto aos perigos

Vivemos num mundo cheio de perigos. O capítulo 23 visa nos alertar a respeito de diversos modos, de comportamentos errados que podemos ter. Alguns versículos falam sobre não fazer certas coisas, como nos versículos: 3,4,6,9,10,13,17,20 e 31. De 35 versículos no total, 9 nos instruem a não fazer algo, não beber, não deixar de ensinar a criança e etc. São versículos importantíssimos para ler e meditar, pois aprendemos não somente o que fazer, o que não devemos fazer; para nosso próprio bem. O mundo é mal, e está pronto para nos engolir, não é a toa que a bíblia sempre nos alerta dos perigos, em várias áreas da nossa vida.

No contexto espiritual, há grandes perigos para a alma. Por isso Jesus avisou: “Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo” (Mateus 10:28). Deus falou para seu povo, por intermédio do profeta Ezequiel, e disse: “Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá....Acaso, tenho eu prazer na morte do perverso? – diz o Senhor Deus; não desejo eu, antes, que ele se converta dos seus caminhos e viva?” (Ezequiel 18:4,23).

O versículo 17 contrasta fortemente a inveja dos pecadores com o temor do Senhor, um assunto sempre presente nos provérbios (Pv 1.7). O versículo 18 fala de esperança, algo que todos precisamos, um fim bom. Que também pode ser traduzida como “futuro glorioso” (Ver Nm 23.10). Este futuro está reservado a todos os justos que depositam sua fé em Cristo.

Os versículos de 26 a 28, voltam a nos alertar a respeito da mulher imoral. Repare que é um assunto sempre lembrado, daí você pode imaginar o tamanho do perigo que isso representa. Inclusive é algo que hoje tem destruído famílias, igrejas, ministérios e etc. Os sábios de Israel não paravam de alertar contra a prostituta e a “estranha”. Existem muitas advertências contra atos de desvios sexuais, como adultério e prostituição em Provérbios.

Já os versos de 29 a 35, alertam sobre o vinho novamente, a bíblia não fala sobre não beber, mas diz claramente para se afastar do que é escárnio, do que corrompe o homem. Vou discorrer um pouco mais sobre esses versículos.

Diz o ditado popular que para bom entendedor meia palavra basta. Assumo que para alguns assuntos, eu particularmente sempre fui mais radical, não pode, não pode, não tem meio termo. E vejo a questão da bebida como algo de escolha. Aqui temos 6 versículos falando sobre o perigo de se entregar para a bebida. Não é novidade que o álcool deturpa nossa mente e nos transforma, o versículo 35 mesmo fala que a pessoa foi até espancada e não sentiu nada, ou seja, estava completamente fora de si. Por que então correr esse risco? Além da famosa descrição sobre a devassidão de Isaías (Is 19.11-15), este trecho bíblico é um dos ataques mais severos a bebedeira em toda a Bíblia (Pv 23.19-21; 20.1).

Lembro aqui, que o vinho tomado na Bíblia e o vinho atual são completamente diferentes. O vinho da Bíblia possuía álcool que provinha da fermentação natural. O vinho atual, além do álcool gerado na fermentação, é acrescido de álcool artificialmente, o que deixa o vinho bem mais forte. Para se embriagar com vinho nos tempos bíblicos devia-se beber muito, mas muito mesmo. Hoje em dia, algumas taças são suficientes para isso.

Mário Persona, do site “O que respondi”, traz uma opinião bem interessante sobre o assunto. Veja abaixo:

“A bebida alcoólica, na forma de vinho, era consumida por Jesus e seus discípulos, não como forma de “droga” para embriagar, mas como parte integrante da refeição. Isso ainda é um costume muito comum em alguns países da Europa, onde até as crianças costumam levar um vinho mais fraco na lancheira da escola. É inegável que a Bíblia condena a embriaguez ou qualquer tipo de excesso:

Efs 5:18 E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito;

Os efeitos destrutivos da embriaguez (veja bem, da embriaguez e não do beber consciente como parte da refeição) são claramente mostrados em Provérbios.


Volto a dizer, não se baseie no que você acha, veja o que a bíblia tem a dizer, ore e espere Deus te responder. Aqui vale a questão da consciência. É ela quem vai nos dizer muitas vezes o que fazer, quando a bíblia de fato não fala nem que sim, nem que não. Se a Bíblia não fala claramente sobre determinados assuntos, mas a nossa consciência nos condena, pelo menos para nós, já é pecado se o fizermos. Paulo alerta que devemos ter a mente limpa e livre de culpa, e tudo o que provém da dúvida e não da fé é pecado (Romanos 14:23).

Esteja atento à voz do Espírito Santo, ore e vigie para não confundir com sua própria voz, e você será uma bem-sucedido em todas as áreas de sua vida. A voz do Espírito é doce, tocante, pacífica e, acima de tudo, não o deixa com a consciência pesada, nem em dúvida.

Deus abençoe!