Pular para o conteúdo principal

O Tabernáculo

Os israelitas (também chamados de judeus ou hebreus) sofriam uma escravidão que já durava cerca de 400 anos no Egito. Nesse tempo, nasce Moisés, o escolhido de Deus para libertar esse povo da escravidão. Moisés cresce e é educado no palácio do faraó. Porém, ouve o chamado de Deus, rompe com tudo e aceita a sua missão de ser o líder do povo em direção a liberdade. Após as 10 pragas enviadas por Deus ao Egito, o faraó é derrotado e Moisés sai com uma numerosa multidão em direção à terra prometida. E é nesse caminho, no meio do deserto, que surge o tabernáculo.


O tabernáculo foi uma espécie de tenda ou barraca móvel. Ele era totalmente desmontável. A planta dessa espécie de “barraca” montada no deserto foi dada por Deus a Moisés, que comandou a sua construção. “Disse o Senhor a Moisés: Segundo tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo e para modelo de todos os seus móveis, assim mesmo o fareis” (Êxodo 25. 9).

O tabernáculo serviu para centralizar o local de culto a Deus naquele deserto. Era nele que eram realizados os atos de adoração a Deus e as oferendas dos vários tipos de sacrifícios (pelo pecado, por gratidão, de purificação, etc.). Os sacerdotes oficiais, escolhidos por Deus, serviam nele. Dessa forma, o culto da forma com que foi ordenado por Deus era realizado ali com todos os seus detalhes.
Ele foi usado por muito tempo pelos israelitas. Ele só foi substituído no tempo do rei Salomão, que construiu um luxuoso templo, que também servia aos mesmos objetivos do tabernáculo e que ficou muito conhecido como templo de Salomão.


MATERIAL UTILIZADO:
a)    Madeira: Madeira de lei, chamada de setim ou acássia foi a usada para a construção. A Madeira simboliza a humanidade de Jesus. Todas as tábuas do tabernáculo e seus móveis eram feitos com essa madeira, exceto a pia (cobre) e o castiçal que era de ouro maciço. A árvore que dava esta madeira crescia no deserto e faz-nos pensar na humanidade do Senhor Jesus como diz o profeta Isaías:“raiz duma terra seca” (Is 53:2)
b)    Linho: O Linho Branco fala-nos da pureza e santidade de Jesus, homem perfeito.
c)    Cobre: Era usado para revestir as colunas do pátio, suas bases e o altar para holocausto. A pia (ou lavatório) e os cravos (pregos) eram de cobre maciço. Este metal nos fala do juízo e julgamento do pecado.
d)    Prata: Este metal foi usado para confeccionar os ganchos de sustentação das cortinas e nos capitéis que as ornamentavam e as bases das tábuas. Simboliza o resgate, redenção pelo sangue de Jesus
e)    Ouro: Metal mais precioso empregado no Tabernáculo. Foi usado para recobrir a mesa dos pães, o altar do incenso, a Arca, e as cinco colunas que sustentavam o cortinado da entrada. De ouro maciço era o Candelabro, o Propiciatório (tampa da arca) e os dois querubins. Simboliza a glória de Deus, sua realeza e divindade de Cristo.

Os Utensílios

Ao todo eram seis peças muito valiosas e belas. Tudo foi feito em detalhes, conforme Deus havia determinado. No átrio existiam duas peças: o altar de holocausto e a pia (lavatório). Lá dentro da tenda, no “santo”, podia se ver o candelabro, a mesa dos pães e o altar de incenso. No “santíssimo” existia um único móvel: a Arca da Aliança com seu propiciatório (tampa).

Os móveis do Átrio
O Altar do Holocausto (Êx. 38:1-7) 
Símbolo da cruz de Cristo. Era a primeira e maior peça do tabernáculo, medindo 2,5m de comprimento, 2,5m de largura (era quadrado) e 1,5m de altura e ficava logo à entrada da porta. Foi feito com madeira e recoberto com cobre. Lembra-nos da cruz de Cristo de e juízo de Deus. Nesse altar eram sacrificados os animais que tipificava o sacrifício de Cristo.
Observe que o altar do holocausto é a peça que está logo à porta do átrio. Estava ali como sendo a oportunidade primeira para quem quisesse adentrar às profundezas de Deus, teria que primeiro aceitar o sacrifício. Os animais oferecidos em sacrifício eram um “tipo de Jesus Cristo” que naquelas ocasiões apenas encobriam os pecados por um ano. Jesus, porém, remove todos os pecados através de seu sangue por toda a eternidade.

Lavatório (Pia) (Êx. 30:18-21)
Após o altar do holocausto e antes da tenda estava a pia de cobre maciço. Servia para que os sacerdotes se lavassem após os trabalhos de sacrifício no altar e antes de entrar no santuário. Da mesma forma torna-se necessário que sempre estejamos nos lavando nessa “pia” para podermos entrar na presença do Senhor.
A pia também é um tipo de Cristo, pois é Ele, através de seu sangue, que nos purifica de todo o pecado. Jesus também é a água viva que sacia nossa sede (Jo. 13:8).
A água que estava contida na pia também representa a Palavra de Deus, que é capaz de santificar-nos e purificar os nossos caminhos (Sl.119:9 e Jo 17:19).

Os Móveis do Lugar Santo
Logo após abrir-se as cortinas da tenda, o sacerdote encontrava à sua esquerda o Candelabro, à sua direita a mesa dos pães da propiciação, e lá à frente, bem junto ao véu que dividia o santo do santíssimo, o altar do incenso.

Candelabro (Êx. 37:17:23)
Também chamado de candeeiro ou castiçal. Totalmente confeccionada em ouro pesando 30 Kg, que com suas sete lâmpadas iluminava todo aquele lugar. Tipifica Cristo como a “luz do mudo” e também nos lembra Cristo como a “videira verdadeira”. O ouro aponta para sua glória e divindade. A luz que emanava do castiçal de sete lâmpadas onde iluminava a mesa dos pães da propiciação e o altar de incenso, que também tipificam Cristo que tem esclarecido e iluminando nossos passos durante as sete eras da igreja.
Nesta função de iluminar (fonte de luz), o castiçal tipifica o Espírito Santo, esclarecendo sobre sua divindade, apontando para uma unidade simples e absoluta, pois a luz glorifica o Cristo tipificado na mesa dos pães e no altar de incenso.

A Mesa dos Pães (Êx. 37:10-16)
Confeccionada em madeira de acácia (setim) e revestida de ouro. Estes materiais nos lembram para a dupla natureza de Cristo: humana e divina. Estavam postos continuamente 12 pães da propiciação (ou da presença). Tipifica Jesus, “o Pão Vivo que desceu do Céu”. Media 90cm de comprimento, 45cm de largura e 68 cm de altura.
Os doze pães representam as tribos de Israel. Todos os sábados eram consagrados os pães e repostos. Indicava que a consagração do salvo ao servir o Senhor não pode parar. Os pães que eram retirados podiam ser comidos pelos sacerdotes.

Altar do Incenso (Êx. 30:1-8)
Altar do Incenso ou Altar de Ouro, também construído em madeira de setim e revestido de ouro. Sua função era, como o nome já sugere, queimar incenso ao Senhor, que representa nossas orações e louvor. É um tipo de Cristo quando mostra que nossa adoração só terá valor perante Deus, se for através de Cristo.
As brasas que ardiam (tipo do Espírito Santo) neste altar eram trazidas daquele primeiro altar, lá da entrada do átrio (Altar do holocausto). Não se podia atear fogo diretamente no altar do incenso.


O Móvel do Santíssimo (Êx. 25:10-22)
No Santíssimo só havia um móvel: a Arca da Aliança, medindo 1,25m de comprimento, 75cm de largura e altura. Entende-se como apenas uma peça, pois o propiciatório (tampa) era parte integrante da arca. A arca era caixa construída com madeira de acássia e revestida de ouro. Sua tampa, o propiciatório, era totalmente de ouro e estava encimado por dois querubins que tinham suas frontes voltadas para baixo (como que estivesse olhando para o fundo da caixa).
Suas asas estavam abertas e tocavam-se, como que se estivessem dando as mãos. Dentro da arca estava contida as Tábuas da Lei recebidas por Moisés no Monte Sinai, um vaso contendo o maná fornecido aos israelitas no deserto e o cajado de Arão que havia florescido. Isso representava para aquele povo a presença de Deus, que os guiava, protegia-os e dava-lhes vitória. Tipificava Cristo como o “pão da vida” e nosso Sumo Sacerdote perfeito, que guardou a Lei em seu coração.  Somente o sumo sacerdote podia entrar no Santíssimo uma vez ao ano. Levava o sangue do sacrifício para aspergir o Propiciatório. Esta era a parte final daquele ritual sacerdotal que servia para restaurar a comunhão do homem com Deus.
Tabela Explicativa:

O Tabernáculo era também a figura tipificada da igreja e dos discípulos de Jesus em todos os tempos da história.
"No qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor. No qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus em Espírito." Efésios 2:21-22
A palavra 'templo' empregada nos versículos acima, não se refere às paredes de uma construção, mas sim ao santuário interior, o santo dos santos. Hoje em dia, Deus não habita em estruturas físicas, mas Deus mora no corpo espiritual, nas pessoas que constituem o corpo místico de Cristo, a que chamamos de 'igreja'.
O Tabernáculo era um lugar santo e separado para Deus. E nós, templos verdadeiros e reais de Deus, também fomos separados para o servir e o adorar. Deus habita em cada um de nós, na pessoa do seu Santo Espírito, que encontra em nós o seu templo, a sua casa.
O povo de Israel nunca teve esse privilégio. Somente o sumo sacerdote podia entrar uma vez ao ano no santo dos santos para poder estar na presença de Deus. Enquanto que nós podemos sentir a Sua doce e suave presença constantemente em nossas vidas.
Hoje em dia, não precisamos mais de um tabernáculo, porque esse era apenas um símbolo da realidade espiritual. Jesus cumpre todas as funções do tabernáculo dentro de nossos corações.

"Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?" 1 Coríntios 6:19

Comentários